A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente as articulações da coluna vertebral, causando dor, rigidez e, em alguns casos, a fusão das articulações. Essa doença pode afetar outras articulações do corpo, como quadris, ombros, joelhos e tornozelos. A EA geralmente se manifesta em adultos jovens, entre 17 e 45 anos, e é mais comum em homens do que em mulheres.
Neste artigo completo, exploraremos as principais características da espondilite anquilosante, seus sintomas, as melhores opções de diagnóstico e tratamento, e medidas de prevenção para aliviar o desconforto e melhorar a qualidade de vida.
A coluna vertebral é composta por 33 ossos chamados vértebras, que se conectam por meio de discos intervertebrais, ligamentos e articulações. As articulações entre as vértebras permitem a flexibilidade e o movimento da coluna. A coluna vertebral é dividida em cinco regiões:
Região cervical: 7 vértebras no pescoço.
Região torácica: 12 vértebras no tórax.
Região lombar: 5 vértebras na parte inferior das costas.
Sacro: 5 vértebras fundidas formando o sacro.
Cóccix: 4 vértebras fundidas formando o cóccix.
A espondilite anquilosante é uma doença autoimune, o que significa que o sistema imunológico do corpo ataca por engano as células saudáveis das articulações e outros tecidos.
Essa inflamação crônica causa dor, rigidez e, em alguns casos, a fusão das articulações. A fusão das articulações da coluna vertebral pode levar à perda de flexibilidade e à deformidade da coluna.
A causa exata da espondilite anquilosante ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Pessoas com familiares com EA têm maior risco de desenvolver a doença. A presença de um gene específico, chamado HLA-B27, aumenta o risco de desenvolver EA, no entanto, nem todas as pessoas com esse gene desenvolvem a doença.
Histórico familiar de EA: Pessoas com familiares com a doença têm maior risco de desenvolver EA.
Presença do gene HLA-B27: Esse gene aumenta o risco de desenvolver EA, mas nem todas as pessoas com esse gene desenvolvem a doença.
Sexo masculino: A EA é mais comum em homens do que em mulheres.
Idade: A doença geralmente se manifesta em adultos jovens, entre 17 e 45 anos.
Infecções: Algumas infecções, como a infecção por Salmonella, podem aumentar o risco de desenvolver EA.
Os principais sintomas da espondilite anquilosante incluem:
Dor e rigidez na coluna vertebral: A dor geralmente piora à noite e pela manhã, e pode diminuir com o movimento. A rigidez pode ser pior pela manhã e após longos períodos de inatividade.
Dor em outras articulações: A EA também pode afetar outras articulações, como quadris, ombros, joelhos e tornozelos.
Fadiga: A fadiga é um sintoma comum da EA e pode ser intensa.
Entesite: Inflamação das inserções dos tendões e ligamentos nos ossos, causando dor e sensibilidade nas áreas afetadas.
Uveíte: Inflamação da íris, a parte colorida do olho, que pode causar dor, vermelhidão, sensibilidade à luz e visão turva.
Perda de mobilidade: A fusão das articulações da coluna vertebral pode levar à perda de flexibilidade e à deformidade da coluna.
O diagnóstico da espondilite anquilosante pode ser desafiador, pois os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças. O médico irá considerar o histórico médico, os sintomas, o exame físico e os resultados de alguns exames para confirmar o diagnóstico.
Exame físico: O médico irá verificar a presença de dor, rigidez, inflamação e deformidade na coluna vertebral.
Exames de sangue: Exames de sangue podem ser solicitados para procurar inflamação no corpo, como a proteína C-reativa (PCR) e a velocidade de hemossedimentação (VHS). Esses exames, embora não confirmem a EA, podem auxiliar no diagnóstico.
HLA-B27: O teste para o gene HLA-B27 pode ser feito, mas é importante ressaltar que nem todas as pessoas com esse gene desenvolvem a doença.
Radiografia: As radiografias simples da coluna vertebral podem não mostrar alterações iniciais da doença, mas podem ser úteis para avaliar alterações ósseas posteriores, como a fusão das articulações.
Ressonância magnética (RM): A RM pode mostrar alterações inflamatórias precoces nas articulações sacroilíacas, mesmo antes de alterações radiográficas.
A espondilite anquilosante pode ser classificada de acordo com a gravidade da doença e o número de articulações envolvidas. Os critérios de classificação mais utilizados são os critérios de Asssociation of Spondylitis International (AS).
Não existe cura para a espondilite anquilosante, mas o tratamento pode ajudar a controlar a dor, a rigidez, a inflamação e a progressão da doença. O tratamento geralmente envolve uma combinação de abordagens:
Medicação:
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): Medicamentos como ibuprofeno e naproxeno ajudam a aliviar a dor e a inflamação.
DMARDs (fármacos antirreumáticos modificadores da doença): Medicamentos como a sulfasalazina e o metotrexato podem ajudar a controlar a inflamação e retardar a progressão da doença.
Biológicos: Esses medicamentos bloqueiam substâncias específicas do sistema imunológico envolvidas na inflamação.
Fisioterapia: A fisioterapia desempenha um papel fundamental no tratamento da EA. Os exercícios de fisioterapia ajudam a manter a flexibilidade e a amplitude de movimento da coluna vertebral e das articulações afetadas. O fisioterapeuta também pode ensinar técnicas de alongamento e fortalecimento muscular para melhorar a postura e a função geral.
Terapia ocupacional: O terapeuta ocupacional pode ajudar a adaptar as atividades cotidianas para minimizar a sobrecarga nas articulações e preservar a independência funcional.
Cirurgia: Em casos graves, a cirurgia pode ser necessária para corrigir deformidades da coluna vertebral ou para substituir articulações danificadas.
Além do tratamento médico, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com espondilite anquilosante:
Manter uma boa postura: Evitar ficar curvado por longos períodos e manter as costas retas e os ombros relaxados ao sentar e em pé.
Exercícios físicos regulares: A prática regular de exercícios físicos, como natação, caminhada, Pilates e ioga, ajuda a manter a flexibilidade e a força muscular, além de melhorar a postura e o bem-estar geral.
Manter um peso saudável: O excesso de peso coloca uma carga extra nas articulações da coluna vertebral, podendo piorar os sintomas.
Sono de qualidade: Dormir bem é fundamental para a recuperação e o controle da dor crônica.
Manter-se hidratado: Beber bastante água ao longo do dia ajuda a lubrificar as articulações da coluna vertebral.
Técnicas de relaxamento: Técnicas como meditação e respiração profunda podem ajudar a controlar o estresse e a dor.
Grupos de apoio: Participar de grupos de apoio pode ser uma forma de conectar-se com outras pessoas que entendem o que você está passando e compartilhar experiências.
A espondilite anquilosante é uma doença crônica, mas com o tratamento adequado e mudanças no estilo de vida, a maioria das pessoas consegue controlar os sintomas e manter uma vida ativa e produtiva. É importante ter um acompanhamento médico regular para monitorar a doença e ajustar o tratamento sempre que necessário.
O diagnóstico precoce e o tratamento correto são essenciais para evitar complicações futuras.
A fisioterapia desempenha um papel importante no controle da dor e na manutenção da mobilidade.
Existem diversas medidas que podem ser adotadas para melhorar a qualidade de vida com espondilite anquilosante.
Não hesite em conversar com o médico sobre qualquer dúvida ou dificuldade relacionada à doença.
A espondilite anquilosante é contagiosa? Não, a espondilite anquilosante não é contagiosa.
Existe cura para a espondilite anquilosante? Atualmente não existe cura para a espondilite anquilosante, mas o tratamento pode controlar os sintomas e retardar a progressão da doença.
Mulheres podem desenvolver espondilite anquilosante? Sim, mulheres podem desenvolver espondilite anquilosante, embora seja mais comum em homens.
A espondilite anquilosante afeta a fertilidade? A espondilite anquilosante geralmente não afeta a fertilidade em mulheres. No entanto, a inflamação da articulação sacroilíaca pode dificultar a gravidez. É importante conversar com o médico sobre qualquer preocupação relacionada à fertilidade.
Pessoas com espondilite anquilosante podem trabalhar? A maioria das pessoas com espondilite anquilosante consegue trabalhar, desde que o tratamento seja adequado e sejam feitas adaptações no ambiente de trabalho, se necessário.
Posso praticar esportes se tenho espondilite anquilosante? Sim, a prática regular de exercícios físicos é recomendada para pessoas com espondilite anquilosante. No entanto, é importante escolher atividades de baixo impacto, como natação, caminhada, Pilates e ioga, e conversar com o médico antes de iniciar qualquer atividade física.
A espondilite anquilosante pode ser uma doença desafiadora, mas com o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a adoção de um estilo de vida saudável, é possível controlar os sintomas e viver uma vida plena.